A terra se derreteu em seus braços enquanto seus olhos viravam flores, era a melhor coisa que eu já tive.
Ela é a melhor coisa.
A perdi pras borboletas e para os pássaros, essa menina feita de asas e eu sempre fui terra, molhada, com raízes que saem de mim e voltam num abraço cascudo.
‘Não adianta meu amor, você não vê? Eu nasci para comer seus frutos, me aproveitar da sua doçura e ir embora, é a minha natureza’.
‘Mas você sabia meu bem, que entre meus galhos é o lugar perfeito para montar um ninho?’
Ela repetia que agora não era a hora, justo agora não era a hora. E era assim toda primavera, quando ela chegava, eu dava mais flores do que nunca só para encanta-la, para fazê-la ficar o tempo todo.
Quanto mais flores mais carinhos, já separei os galhos perfeitos para teu ninho, mesmo que não queira, mesmo que não venha.