Embaixo da ponte.

Ela é uma daquelas que não basta olhar, tem que entrar embaixo da pele.
Ela não tem título, é feita de detalhes, daqueles que formam os sonhos. Tudo o que é leve demais foge com o vento, ela fica presa entre as entrelinhas. Dentro e fora de casa. Fora e entre os dedos.
Entre meus dedos mora o cheiro do cabelo dela, agora tão meu, mais meu do que dela sou feito disso. Dela. Inteiro. Nem metade nem um terço, um inteiro. Tudo o que eu queria, nesse momento, era morar em seu cabelo, sempre tão macio e tão quente quanto seus braços. Queria um cobertor feito do seu amor, um café da manhã com o cheiro dos seus traços, uma vida inteira de detalhes que se perdem pelo espaço.

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