Desde do ventre sabiam que ia ser tempestade
Da pra ver no escuro dos olhos
A força da natureza da pele preta
Ventania
Filha da inocência
Neta do fogo
A intensidade que desenrola pelos cabelos
A pele tão macia que não parece que grita
É força
É luta
É sonho
É garra
Ventania que
Ao mesmo tempo
Que leva tudo
Se entrega
Inteira.
Categoria: Coração em chamas
Quarta.
Beija meu desespero
Enfrenta meu caos
Anda comigo ou solta da minha mão
É uma bagunça o que acontece por dentro
Freak on a leash
Não tem revolta não
Simbiose é amizade
Porto seguro
Dois lados escuros que caminham
Sem se importar com a luz
Tem dias que ardem
Tem ardores que elevam
O coração bate torto
É fraco
É falho
É doido
É maravilhoso
Estar
Vivo
Mesmo
que
doa.
Romina
Romina é pequena e tem exatos 37 gatos.
Ela sabe o nome de todos.
Acorda todos os dias as sete da manhã.
Gosta de granola com iogurte e água de coco.
Romina é do tamanho do universo.
O mundo gira conforme ela dança
Gosta de fazer crochê e cuidar de suculentas.
Vai ao teatro e ao cinema,
As vezes,
Só pela companhia.
Romina anda perdida em suas dúvidas
Não sabe se planeja ou se analisa
E s p r e g u i ç a
Fuma e tem asma e foda-se.
Começa de novo.
Cai.
Começa de novo.
Res
pi
ra.
Romina, é uma força da natureza.
É fé, é bolo de vó
São 540 mensagens as três da manhã.
Romina é grande e gosta do mundo.
Perdi o horário do ônibus e tá chovendo muito forte. Você jogou seu coração na mesa do bar. Eu neguei. Desculpe. Neguei o presente tão sincero. Espero que entenda e que não tenha raiva. E que não julgue. Mas não posso fazer isso de novo. Não agora e não sei quando. Não é algo que […]
Eu aceito.
A vida tem andado tão doce comigo que sinto como se fosse um pedido de desculpas. Eu as aceito.
Ontem, enquanto você limpava com álcool o corte da minha perna, eu sentia o coração queimando por dentro. Como a música que você tocou no violão. Essa lembrança eu vou levar para sempre. Provavelmente a cicatriz na perna também.
As preocupações vão evaporando e formando desenhos esquisitos no espelho. Pareciam aquelas formas esquistas de cartões psiquiátricos, mas eram bonitas e faziam sentido. E eu vejo com clareza toda a beleza de uma vida ao seu lado. Todos os almoços de domingo, as madrugadas de frio, os beijos de bom dia.
Meia Noite.
Eu vi o mundo renascer de um cobertor
Os olhos, tão escuros, clareando o corredor
Abraços apressados de ‘fica um pouco mais’
Eu vi o mundo reviver em um segurar de mãos
Sua pele, tão branca, escurecendo todos os ‘nãos’
Beijos apaixonados de histórias essenciais
Eu revi o mundo. Eu revi a vida. Eu revi você.
Liguei-te hoje porque o dia ta lindo lá fora
Aposto que onde você está, o dia está mais lindo ainda.
Já que todas as outras coisas ficam, imediatamente, sem graça.
Por onde você passa.
Pena que só ouvi o som da caixa postal.
Eu sabia, mas mesmo assim cismei.
Imagino todas as pessoas que não conseguem desviar o olhar.
Fico esperando as fotos, as histórias e os planos pros tempo seguintes.
Passou só um dia e já parecem vinte.
Talvez porque você não esteja no mesmo país. Na mesma casa. No mesmo quarto.
Será que você sente?
Todas as vezes que eu fecho os olhos e desejo suas mãos.
Quero ir, quero que volte, quero que veja.
Quero ouvir.
Não sei dançar sem você.
Quando chegar coloca nosso vinil e pega nosso vinho.
Vamos ver a noite passar?
Ciclo.
Minha vida se desfez, derreteu.
Escorreu. Entre as mãos. No chão. Na terra. Nas flores. Nas sombras. No mar.
E evaporou.
Voou. Subiu. Pelas estrelas. Se misturou com os balões de ar.
Virou nuvem.
E choveu. Molhou. Encharcou. Relampejou.
Minha vida renasceu, ressurgiu.
No seu sorriso. No seu abraço. No seu vestígio. No seu encalço.
E se esqueceu.
Do telefone. Do trabalho. Do horário.
E se vestiu.
De flores. De rosas. De aves.
Só para desvestir.
Para ser pura. Para ser nua. Para ser sua.
E poder sentir.
De olhos fechados.
Peito aberto e Coração livre.
A alma acordar.
Ganhando na derrota.
Me lembro da primeira guerra que perdi.
Era uma guerra de cócegas.
Desisti quando meu pulmão fraquejou na busca por ar.
Estou com o sorriso estampado na cara já faz um ano e quatro meses.
Então, resolvi convocar meus dez soldados para uma reunião de emergência. Busquei forças e te declarei guerra de novo!
A batalha foi no sofá da sala e, de tão feroz, fomos parar no tapete, atravessando o montanhoso puff.
Droga, perdi de novo.
Se bem que não posso considerar uma derrota o ressoar do seu riso em meu ouvido.
Porém, já tenho pronta a próxima estratégia!
Vim, novamente, te declarar guerra.
Meu reino pelo seu sorriso.
Contos.
Era para ser um conto doce e bonito.
Um conto que durasse três dias e duas noites.
Algo suficientemente grande para caber o seu sorriso e uma xícara de café.
Suficientemente grande para eu me perder a ponto de esquecer que depois do vidro da janela existe um caminho imenso.
Não queria nada épico, embora você mereça, queria algo simples e muito bonito, como essas coisas costumam ser.
Mas guardei as palavras para mim e resolvi só sentir. E, assim, poder me dar ao luxo de esquecer de tudo lá fora.
Só para viver mais um conto com você.

