Roxanne

Ela vivia do avesso, entre caras e tropeços.
E eu já não a impedia de nada.
De quarto em quarto seus olhos se apagam.
Por um bom preço, ela é toda sua.
Sua sala-de-estar, sala-de-fingir, sala-de-se-livrar.
Como um brinquedo velho, ela se esconde pelos cantos enquanto ele se veste.
Enquanto ela se esquece.
Se perde no escuro profundo das almas amarguradas.
E não acha estranho.
Chega a achar bonito se perder desse jeito.
Na hora certa ela vai embora.
E ele não vai precisar ligar de volta.

5 comentários sobre “Roxanne

Deixar mensagem para Daniel Corrêa Cancelar resposta